Muito se fala que a base da nossa alimentação deve ser composta por comida de verdade e, na vida de Instagram isso significa um “bowl de pitaya ou avocado com granola artesanal orgânica-glutenfree-sugarfree e uma dose de proteína vegetal milionária… mas será que é isso mesmo?
A verdade é que comida de verdade é muito mais simples do que muita gente imagina: o nosso arroz-feijão-carne-salada é comida de verdade e de qualidade! Quer um exemplo de café da manhã “muito comida de verdade”? Aquele cuscuz nordestino, amarelinho com um ovo mexido, café preto (ou com leite) e uma fruta…
De acordo com o Guia Alimentar, a base da nossa alimentação deve ser composta principalmente pelos alimentos in natura e também pelos minimamente processados; ou seja:
Alimentos in natura: são aqueles que não sofreram modificações, foram apenas colhidos ou coletados na natureza; aqui incluímos as frutas, verduras, hortaliças, castanhas…
Alimentos minimamente processados: são aqueles que passaram por alterações minimas como corte, resfriamento, limpeza ou tratamento térmico (leite pasteurizado, por exemplo); isso engloba os grãos secos, carnes cortadas e resfriadas ou congeladas, vegetais higienizados e cortados…
Mas também são comida de verdade, os alimentos processados… nem tudo que vem da industria é ruim; nesse grupo estão aqueles alimentos que passaram por alguma forma de preparo, como um milho em conserva, uma carne seca e salgada, um queijo sem aditivos, um iogurte natural de qualidade, uma massa seca… esses alimentos não tem nenhum aditivo de uso industrial (aqueles com nome esquisito) e, por não ter corantes, conservantes, aromatizantes, espessantes e etc, esses também são considerados comida de verdade e facilitam (e muito!) o nosso dia a dia.
As imitações de comida…
Muita gente defende que os alimentos ultraprocessados não deveriam nem ser chamados de comida e eu devo confessar que simpatizo com essa ideia; esses produtos são aqueles que passam por vários processos industriais, com adição de um ou mais componentes de uso industrial, eles costumam ter uma lista de ingredientes imensa e cheia de nomes esquisitos e duram meses sem estragar…. às vezes até fora da geladeira.
O aumento no consumo destas imitações de comida está relacionado a mais casos de excesso de peso, obesidade e todas as doenças relacionadas a má alimentação; o brasileiro, a medida que foi abandonado o arroz-com-feijão, começou a apresentar um grande aumento nestes problemas de saúde.
Simplificando a alimentação…
Não precisa ficar inventando mil receitas fitness, não precisa estourar o limite do cartão na loja de “produtos naturais”, não precisa comer nada esquisito… basta comer o tipo de comida de verdade que eu falei acima, composta por alimentos in natura, minimamente processados, com uma pitada de processados.
Come aquilo que é tradicional e cultivado na sua região, não precisamos comer igual no Brasil todo, cada região tem seus tesouros de comida de verdade, que devem ser valorizados e cuidados… a pamonha de Goiás é comida de verdade, o açaí com peixe da região Norte é comida de verdade, o baião de 2 do Nordeste pode ser comida de verdade, o tutu de feijão de Minas Gerais pode ser comida de verdade, o PF paulista pode ser comida de verdade… Simplifica que vale a pena!